Por CNN em 27/Jul/2024
A biblioterapia é uma prática terapêutica que usa a leitura como ferramenta de apoio emocional e psicológico que vem ganhando espaço como abordagem complementar a outros tratamentos convencionais para a saúde mental.
A prática envolve a leitura de textos ou livros com o objetivo de promover o autoconhecimento, a empatia e também aliviar o estresse. Embora ela não substitua a terapia tradicional ou a medicação, pode trazer benefícios significativos para o bem-estar mental e emocional das pessoas, dizem especialistas.
“A biblioterapia é indicada em todas as situações, não apenas para amenizar sofrimentos, como também para ampliar repertórios, melhorar a comunicação, fomentar criação de vínculos, nutrir pensamento crítico, aliviar a tensão do cotidiano e restaurar o encantamento”, explica Cristiana Seixas, psicóloga e biblioterapeuta.
Em uma sessão de biblioterapia, a pessoa, junto com um psicólogo, bibliotecário ou profissional habilitado na técnica, seleciona livros e materiais de leitura específicos, de acordo com seus objetivos e necessidades. O acervo é eclético: literatura brasileira, estrangeira, poesia, contos, crônicas, literatura infantil e juvenil ou trechos de romances.
“A maioria das pessoas que trabalham com a biblioterapia optam por indicar e utilizar em seus encontros as obras literárias, pois acreditamos que elas carregam uma linguagem simbólica, metafórica que nos leva para outros mundos, fazendo com que o material lido ou escutado conecte com nosso interior e nos leve para a narrativa. A seleção deve ser criteriosa, apresentando obras que ampliem nossas percepções de mundo, que permitam a identificação e a ampliação de diálogo”, diz a biblioterapeuta Katty Anne de Souza Nunes.
A técnica pode ser trabalhada individualmente ou em grupo. Além dos consultórios, ela pode ser aplicada em diversos espaços como escolas, bibliotecas, hospitais, condomínios, residências, casas de detenção e asilos, por exemplo.
A biblioterapia não se resume apenas à leitura passiva. Técnicas específicas são empregadas para melhorar os seus benefícios terapêuticos. Os tipos mais trabalhados são:
Muitas bibliotecas públicas e centros comunitários têm programas de biblioterapia, além de terapeutas especializados que atendem em consultórios privados. Faculdades e escolas também estão incorporando a prática em seus serviços de apoio estudantil.
Para quem deseja explorar a biblioterapia por conta própria, existem grupos de leitura online e plataformas digitais que oferecem listas de livros recomendados e orientações sobre como praticar a leitura terapêutica.
O psicanalista e psicólogo Cleidinaldo Passos enfatiza que a biblioterapia tem seus benefícios e pode ser considerada como recurso coadjuvante, no tratamento de alguns pacientes, mas não como recurso principal.
Ele ressalta que quando ela é aplicada com o objetivo clínico deve ser feito por um profissional de saúde mental como psicólogo ou psicanalista.
“É preciso que sejam profissionais do campo da saúde mental, com estrutura teórica e técnica desenvolvida para tratar casos de transtornos mentais. Outros campos de saberes podem entrar como recursos terapêuticos, mas não como terapia”, diz.
A escolha dos livros na biblioterapia é personalizada, variando conforme as necessidades e preferências do paciente. Alguns títulos frequentemente recomendados pelos especialistas são:
Veja abaixo os benefícios listados por especialistas.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Biblioterapia: como os livros podem fazer bem à saúde mental? no site CNN Brasil.
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